A leishmaniose é endémica em 98 países de todo o mundo. Espanha é, de facto, uma das zonas em que a leishmaniose é considerada uma doença endémica, ou seja, existe uma presença constante da doença no país.
Dado que a picada do flebótomo é a maior via de contágio, a possibilidade de a contrair depende da nossa localização. Deste modo, embora se trate de uma doença que pode ser contraída em grande parte do mundo, zonas como o continente oceânico estão totalmente livres da mesma. Ainda assim, pelo seu clima e a sua localização ideais para a sobrevivência do inseto, Espanha está longe de ser uma delas.
Mesmo assim, e como é natural, existem zonas do território espanhol mais propensas ao contágio desta doença do que outras. Desta forma, embora no arquipélago das Canárias o risco seja praticamente nulo, zonas como as Ilhas Baleares, Múrcia, Andaluzia, algumas zonas da Comunidade Valenciana, algumas zonas da Catalunha, Ourense e Cáceres são as áreas de maior risco (6).
A prevalência da leishmaniose canina em Espanha é de entre 2% e 57,1%, dependendo da zona em que nos encontramos (6). Com base na seroprevalência detetada em cada zona, os especialistas dividem o território espanhol em quatro áreas de contágio diferentes. Nas zonas com maior risco de contágio chegou a ultrapassar-se, em mais de uma vez, os 17% de cães infetados (7).
Além disso, a grave situação das alterações climáticas que estamos a viver nos últimos anos contribui enormemente para o agravamento desta situação. Como sabemos, um dos principais efeitos das alterações climáticas é a subida das temperaturas em todas as épocas do ano.
Isto tem como consequência que se prolonguem os meses de calor, nos quais o "mosquito” portador da doença tem uma maior possibilidade de sobrevivência e atividade. Por isso, os meses de verão são onde existe um maior risco de contrair a leishmaniose.
De todas as formas, e apesar de ser certo que existem zonas de maior risco e épocas em que é mais provável contrair a doença, de acordo com os hábitos do flebótomo, devemos ter em conta que a leishmaniose afeta todo o país e que pode ser contraída em qualquer momento. Por isso, é importante tomar o maior número de precauções possível, seja para prevenir ou para tratar, caso o animal apresente algum sintoma, consultando o médico veterinário.
- Salud Animal. Leishmaniosis canina: la enfermedad. Última consulta (20/05/2021) https://saludanimal.leti.com/es/leishmaniosis-canina-la-enfermedad_3908
- El mundo del perro. En España, aproximadamente 385.000 perros padecen leishmaniosis cada año. Última consulta (20/05/2021) https://www.elmundodelperro.net/noticia/3184/noticias/en-espana-aproximadamente-385.000-perros-padecen-leishmaniosis-cada-ano.html#:
- ISCIII. Leishmaniasis. Última consulta (20/05/2021) https://www.isciii.es/QueHacemos/Servicios/VigilanciaSaludPublicaRENAVE/EnfermedadesTransmisibles/Paginas/Leishmaniasis.aspx
- Stop Leishmania. Leishmaniosis. Última consulta (20/05/2021) http://www.stopleishmania.org/es/leishmaniosis.php
- ISCIII. La Leishmaniasis en España: Evolución de los casos notificados a la red nacional de vigilancia epidemiológica desde 2005 a 2017 y resultados de la vigilancia de 2014 a 2017. Última consulta (20/05/2021) http://revista.isciii.es/index.php/bes/artic
- Animal’s Health. Las provincias españolas con mayor seroprevalencia de Leishmania en perros. Última consulta (20/05/2021) https://www.animalshealth.es/profesionales/provincias-espanolas-mayor-seroprevalencia-leishmania-perros
- Animal’s Health. La leishmaniosis canina no es solo 'cosa' de perros. Última consulta (20/05/2021) https://www.animalshealth.es/profesionales/dia-leishmaniosis-canina-no-es-solo-cosa-perros