Leishmaniose cutânea em cães: sintomas dermatológicos, lesões e diagnóstico
A apresentação dermatológica ou cutânea da leishmaniose canina é a forma mais comum em que a doença se manifesta, com uma incidência próxima a 80%. Os sintomas cutâneos mais comuns incluem queda de pelo (alopecia), descamação abundante, feridas que não cicatrizam ou lesões que aparecem repentinamente em diferentes partes do corpo. Estes sinais clínicos na pele dos cães podem ser o primeiro sinal de alerta para detectar a doença. Neste artigo, aprofundamos as principais manifestações dermatológicas da leishmaniose, como reconhecer os sintomas, que tipos de lesões existem e como é diagnosticada.
Tipos de lesões dermatológicas em cães com leishmaniose
Na exploração física de um cão doente, podem ser observados diferentes sinais clínicos. As lesões cutâneas dividem-se em frequentes e menos comuns, mas todas fazem parte do conjunto de manifestações dermatológicas da doença. Compreendê-las é fundamental para identificar atempadamente os sintomas da leishmaniose cutânea em cães e melhorar o seu prognóstico.
Lesões típicas na pele
Entre as lesões mais frequentes incluem-se:
- Dermatite exfoliativa: provoca descamação branco-acinzentada que geralmente aparece primeiro nas orelhas e no rosto, distribuindo-se de forma simétrica e podendo se espalhar para o resto do corpo.
- Dermatite ulcerativa em zonas de pressão: gera úlceras dolorosas nos cotovelos, carpos e tarsos, dificultando a mobilidade.
- Onicogrifose: crescimento anormal das unhas, que podem tornar-se frágeis, longas e quebradiças. Em alguns casos, os tutores observam que as unhas do seu cão com leishmaniose partem-se facilmente ou crescem de forma irregular.
Dermatite papular: aparecimento de pápulas na pele que evoluem para úlceras e ficam cobertas de crostas. Este tipo de lesão está associado a feridas que não cicatrizam e que devem ser vigiadas.
Lesões atípicas na pele
Embora menos frequentes, também é importante reconhecer:
- Dermatite ulcerativa mucocutânea: com úlceras no nariz, lesões nas orelhas, cauda, dedos e almofadas plantares, frequentemente associadas a problemas vasculares.
- Dermatite nodular: nódulos de tamanho variável (de 1 a 10 cm) que podem ulcerar, presentes na cabeça, tórax e extremidades.
- Dermatite pustulosa: pústulas acompanhadas de colares epidérmicos e pápulas eritematosas. Distribuem-se simetricamente na pele e, por vezes, causam prurido (comichão).
- Alopecia multifocal: zonas sem pelos distribuídas por diferentes áreas do corpo.
Hiperqueratose nasodigital: aparecimento de escamas secas e espessas no narize nas almofadas plantares, com possíveis fissuras dolorosas. Também se pode observar hiperqueratose no focinho, bem como secura nas almofadas, sinais dermatológicos frequentes da doença.
Outros sinais dermatológicos frequentes
Os tutores também devem prestar atenção a outros sinais dermatológicos que aparecem na leishmaniose:
- Feridas abertas que não cicatrizam e pioram com o tempo.
- Lesões localizadas nas orelhas, nariz e patas, com úlceras e erosões dolorosas.
- Pápulas e pústulas na pele do cão, acompanhadas de descamação e colares epidérmicos.
- Feridas entre os dedos e secura nas almofadas plantares.
Reconhecer estas lesões é fundamental para consultar o médico veterinário o mais rapidamente possível e evitar complicações.
Como é diagnosticada a leishmaniose em cães?
Além das lesões na pele, durante o exame veterinário pode ser detectada inflamação dos gânglios linfáticos. O diagnóstico geralmente inclui a observação clínica de feridas que não cicatrizam, úlceras nas orelhas ou nariz e problemas nas unhas. Para confirmar a doença, o médico veterinário pode realizar uma biópsia da pele e exames complementares de sangue, conforme explica este recurso sobre leishmaniose cutânea. Esses exames permitem detectar a presença do parasita e avaliar a resposta imunológica do animal.
Mais informações e recursos úteis
Se o seu cão apresentar sintomas de leishmaniose ou qualquer manifestação na pele, consulte o seu médico veterinário para um diagnóstico e tratamento adequados. Para mais informações, pode consultar a secção de conselhos de prevenção. Além disso, incentivamo-lo a seguir-nos no Instagram e a subscrever a nossa newsletter para se manter atualizado sobre saúde canina e cuidados contra esta doença.
Perguntas frequentes sobre a leishmaniose cutânea
Como posso distinguir a dermatite esfoliativa da caspa comum no meu cão?
A dermatite esfoliativa causada pela leishmaniose geralmente começa nas orelhas e no rosto, com descamação branco-acinzentada e distribuição simétrica que pode se espalhar. Se notar descamação persistente, consulte o seu médico veterinário.
Quando devo ir ao médico veterinário se vir feridas que não cicatrizam?
Se uma ferida não melhorar em poucos dias, reaparecer ou ulcerar, é aconselhável uma consulta médica. Feridas crónicas e úlceras podem ser sinais de leishmaniose ou outros problemas dermatológicos que requerem diagnóstico veterinário.
Unhas compridas e quebradiças: é onicogrifose ou falta de corte?
Na onicogrifose, há crescimento anormal, curvado ou irregular e unhas frágeis que se partem facilmente. Se também observar lesões cutâneas ou outros sinais clínicos (descamação, úlceras), solicite uma avaliação veterinária.
As lesões nas orelhas e no nariz são mais preocupantes?
São áreas sensíveis e visíveis. Úlceras nas orelhas ou no dorso nasal, erosões e crostas persistentes requerem avaliação para descartar leishmaniose ou outras causas dermatológicas.
A biópsia da pele dói? Que outros exames são utilizados?
A biópsia cutânea é um procedimento breve, normalmente realizado com anestesia local ou sedação leve. Geralmente é complementada com análises ao sangue e avaliação clínica para confirmar o diagnóstico.
A hiperqueratose no narix é um sinal frequente?
Pode aparecer como escamas grossas e fissuras no nariz e nas almofadas plantares. Em caso de dúvida, consulte o seu médico veterinário para um diagnóstico adequado.
- Royal Canin. Manifestaciones dermatológicas de la leishmaniosis canina. Extraído de https://vetfocus.royalcanin.com/es/cientifico/manifestaciones-dermatologicas-de-la-leishmaniosis-canina
- Kivet. Tipos de leishmaniosis canina y tratamientos. Extraído de https://www.kivet.com/blog/tipos-de-leishmaniosis-canina-y-tratamientos/
- Fatro Iberica. Leishmaniosis y Dermatología veterinaria. Extraído de https://fatroiberica.es/sabermas/leishmaniosis-y-dermatologia-veterinaria/