Medidas de controlo para a prevenção da Leishmaniose

A leishmaniose ou leishmaníase é uma zoonose que, embora possa afetar a maioria dos mamíferos, afeta sobretudo os cães e as pessoas. Trata-se de uma doença que se desenvolve no momento em que um parasita chamado Leishmania sp  se introduz no organismo da pessoa ou do animal. Os sintomas que causa podem ser muito variáveis, desde muito ligeiros podendo até levar à morte. 

São muitos os fatores que vão determinar a gravidade da doença no caso de se desenvolver, do mesmo modo que também terão influência no tipo de leishmaniose que acaba por se desenvolver (cutânea ou visceral). O que devemos saber é que nos encontramos numa zona em que a leishmaniose é uma doença endémica, como em muitas outras partes do mundo, por isso é muito importante mantermos o foco na prevenção desta doença. 

Atualmente não existe nenhum método de prevenção que nos garanta que o nosso animal está imune ao parasita. Por isso, é importante conhecer as vias de contágio e fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para o reduzir tanto quanto possível. 

Como sabemos, a via de contágio mais comum e aquela a que devemos ter mais atenção é a picada dos flebótomos, uns insetos parecidos aos mosquitos que introduzem o parasita da   Leishmania sp  no organismo através da picada. Por isso, a maioria dos métodos de prevenção estão focados em evitar o contacto com os flebótomos. Estas são as medidas de prevenção mais importantes: 

Os flebótomos costumam ser mais ativos durante o entardecer, o amanhecer e as primeiras horas da noite. Por isso, recomendamos que tente evitar estes intervalos horários para passear o seu cão, uma vez que as possibilidades de ser picado por um flebótomo são maiores. Além disso, evite, tanto quanto possível, que o seu cão durma no exterior, dado que durante a noite pode chegar a ser picado mais de 100 vezes, aumentando assim consideravelmente as possibilidades de poder ser infetado. 

O flebótomo sobrevive ao calor, pelo que será especialmente importante respeitar estas recomendações nos meses mais quentes. 

As zonas com altos níveis de humidade são ideais para depositar os ovos do flebótomo, pelo que é recomendável evitá-las durante os passeios com o seu cão.

Atualmente existem muitos produtos concebidos para afastar os flebótomos e conseguir evitar que se produza um contágio por picada. Existe uma grande variedade de coleiras e pipetas, entre outros, pelo que é recomendável consultar o seu médico veterinário de confiança para saber qual é a opção que melhor se adapta às necessidades do seu cão, do vosso estilo de vida e do local onde vivem. 

Embora seja verdade que a vacina não garante que não ocorrerá a picada e com isso a possível infeção, esta ajuda o seu cão a ter as suas defesas muito mais preparadas para combater a doença.  Além disso, no caso de, apesar de ter tomado todas as outras medidas de prevenção, o seu cão acabar por desenvolver a doença, a vacina irá contribuir para a luta contra o parasita fazendo com que os sintomas sejam mais ligeiros e que tenham uma melhor evolução. 

Embora não seja o habitual, mas em alguns casos os cães podem ser portadores de Leishmania sp  sem chegarem a desenvolver a doença. Nestes casos estariam a funcionar como reservatórios do parasita. Além disso, por vezes os sintomas da doença podem demorar algum tempo a aparecer, dificultando assim a sua deteção nas primeiras fases. Por isso é tão importante fazer consultas periódicas com o seu médico veterinário de confiança para fazer as análises necessárias e confirmar que não existe qualquer infeção. 

Como sempre, recomendamos que, perante qualquer dúvida, consulte o seu médico veterinário de confiança, bem como que faça uma consulta com o seu médico veterinário caso tenha suspeitas de que o seu animal possa ter leishmaniose.