Como a leishmaniose é transmitida em cães: transmissão, vetor e prevenção
A leishmaniose canina é transmitida principalmente através da picada de um inseto voador, o flebótomo, que transporta o parasita Leishmania spp..
Não é transmitida entre cães nem entre cães e pessoas. Para que a infeção ocorra, é necessária a intervenção do inseto vetor infetado.
Durante os meses quentes, a atividade destes insetos aumenta, tornando os cães mais expostos. Saber como ocorre a transmissão é fundamental para aplicar medidas de prevenção eficazes.
O que é a leishmaniose?
A leishmaniose é uma zoonose parasitária causada por protozoários do género Leishmania. Afeta cães, seres humanos e outros mamíferos. Nem todos os animais infetados desenvolvem a doença, pois o seu sistema imunitário pode controlar o parasita durante longos períodos.
O que significa ser uma zoonose?
Uma zoonose é uma doença que pode afetar animais e pessoas. No caso da leishmaniose:
- O flebótomo é o vetor responsável pela transmissão do parasita.
- O período de atividade do flebótomo é entre o pôr do sol e o amanhecer, e voa a baixa altitude.
- Não é transmitido por contacto direto, lambidas ou feridas.
- Os cães infetados podem conviver com outros animais sem risco de contágio direto.
O flebótomo e o seu papel na transmissão
O flebótomo é um pequeno inseto hematófago. Apenas as fêmeas transmitem a doença, pois precisam se alimentar de sangue para completar o seu ciclo reprodutivo.
Quando picam um cão ou uma pessoa infectada, os flebótomos ingerem o parasita Leishmania, que se desenvolve no seu interior. Ao picar posteriormente outro hospedeiro, o inseto inocula os parasitas, encerrando o ciclo de transmissão.
Vias de transmissão menos frequentes
Em casos muito excepcionais, a leishmaniose pode ser transmitida por:
- Transmissão vertical (da mãe para os filhos).
- Via venérea (por contacto sexual)
- Transfusões sanguíneas contaminadas.
- Acidentes de laboratório
Essas vias são pouco comuns e não representam um risco relevante. A picada do flebótomo continua sendo a principal via de transmissão em áreas endémicas.
A leishmaniose pode ser transmitida de cães para humanos?
Não diretamente. As pessoas só podem ser infetadas se forem picadas por um flebótomo infetado. Conviver com um cão doente protegido não representa risco de infeção para o seu ambiente familiar.
A leishmaniose humana afeta principalmente pessoas com o sistema imunitário imaturo ou enfraquecido, como crianças ou idosos. As medidas preventivas aplicadas em cães também ajudam a reduzir o risco ambiental.
Prevenção da leishmaniose no seu cão
A chave está na prevenção. Algumas recomendações de medidas preventivas para o seu cão são:
- Utilizar antiparasitários externos com ação repelente contra o flebótomo, para prevenir a sua picada. Atenção! Nem todos os colares e pipetas comerciais têm ação contra o flebótomo, consulte o seu médico veterinário.
- Vacinar contra a leishmaniose.
- Evitar que durmam ao ar livre.
- Realizar revisões veterinárias periódicas para detetar a infeção precocemente.
Cada animal requer um plano preventivo individualizado, de acordo com o nível de exposição e a zona geográfica. Consulte o seu médico veterinário.
Perguntas frequentes sobre a transmissão da leishmaniose
Todos os insetos transmitem a leishmaniose?
Não. Apenas determinadas espécies de flebótomos infetados com o parasita Leishmania podem transmitir a doença.
Um cão sem sintomas pode transmitir a doença?
Não diretamente, é sempre necessária a picada do flebótomo. No entanto, se um flebótomo picar um cão infetado e depois outro, pode transmitir a doença, mesmo que o cão infetado não apresente sinais clínicos.
A doença transmite-se entre pessoas?
Não há transmissão direta entre humanos. A via de transmissão é através do flebótomo, o inseto vetor.
Em que zonas há mais risco?
Em regiões quentes e húmidas, especialmente da primavera ao outono, quando os flebótomos estão ativos.
O que fazer se o meu cão tiver leishmaniose?
Deve seguir as indicações do médico veterinário. Pode conviver com outros animais e pessoas, mantendo as medidas preventivas adequadas.
- Organización Mundial de la Salud (OMS / WHO) – Leishmaniasis: epidemiología y control vectorial https://www.who.int/es/news-room/fact-sheets/detail/leishmaniasis (Fuente oficial internacional, revisión continua de datos epidemiológicos y clínicos).
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC, EE. UU.) – Leishmaniasis: Biology, Transmission, and Prevention https://www.cdc.gov/parasites/leishmaniasis/ (Autoridad médica global en zoonosis y enfermedades parasitarias.)
- Ministerio de Sanidad de España – Red Nacional de Vigilancia Epidemiológica (RENAVE) https://www.sanidad.gob.es/profesionales/saludPublica/ccayes/analisis/Leishmaniosis.htm (Fuente oficial con datos de incidencia en España, control de vectores y prevenc
- World Organisation for Animal Health (WOAH, antes OIE) – Leishmaniosis canina: zoonosis vectorial https://www.woah.org/es/enfermedad/leishmaniosis/ (Referencia internacional sobre salud animal y zoonosis vectoriales.)
- Revista Parasites & Vectors – artículos revisados por pares sobre Phlebotomus spp. y Leishmania infantum https://parasitesandvectors.biomedcentral.com/ (Publicación científica especializada en parasitología y biología vectorial.)
- European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC) – Leishmaniasis factsheet https://www.ecdc.europa.eu/en/leishmaniasis (Datos europeos sobre distribución geográfica, reservorios y control vectorial.)