Leishmaniose Canina: uma doença silenciosa, mas fácil de prevenir
A leishmaniose canina é uma doença grave e progressiva, causada pelo parasita Leishmania, transmitida através da picada do flebótomo — um pequeno inseto voador, muitas vezes confundido com o mosquito. A infeção pode afetar vários órgãos e sistemas do corpo do cão, incluindo a pele, os rins, o fígado e o sistema imunitário.
Os sinais clínicos da leishmaniose variam, mas os mais frequentes incluem:
- Perda de peso progressiva;
- Feridas na pele que não cicatrizam;
- Crescimento exagerado das unhas;
- Apatia e diminuição da vitalidade.
Sem diagnóstico e tratamento atempados, a doença pode evoluir de forma severa e levar à morte. Por isso, a atenção precoce aos sinais clínicos é fundamental.
Como é a situação em Portugal?
Em Portugal, a leishmaniose tem uma prevalência significativa, especialmente nos distritos de Castelo Branco, Portalegre, Faro, Setúbal, Coimbra, Guarda e Bragança. Apesar de ser mais comum nas regiões do interior, os casos têm aumentado também nas zonas costeiras, reflexo de mudanças ambientais e do aumento da mobilidade dos animais.
A atividade do flebótomo é mais intensa entre os meses de abril e setembro. No entanto, devido às alterações climáticas, este período tem-se vindo a alargar, exigindo cuidados prolongados ao longo do ano.
Como é feito o diagnóstico?
Se notar feridas persistentes na pele do seu cão, emagrecimento ou outros sinais, é importante procurar assistência veterinária o mais rapidamente possível. O diagnóstico é feito através de testes específicos, que permitem detetar a presença do parasita. O tratamento adequado, mesmo não sendo curativo, é essencial para controlar a doença e melhorar significativamente a qualidade de vida do animal.
Como pode proteger o seu cão? Prevenção: A Chave Para a Proteção!
A leishmaniose pode ser prevenida com medidas simples, mas eficazes. A prevenção é sempre o melhor caminho:
- Antiparasitários externos com ação repelente: Coleiras e pipetas antiparasitárias com ação repelente são fundamentais. As coleiras oferecem proteção prolongada, criando uma barreira física e química ao redor do cão. As pipetas, embora eficazes, requerem aplicação mensal.
- Vacinação: A vacina, através de uma consulta veterinária, estimula o sistema imunitário, reduzindo o risco de desenvolver a doença e o aparecimento de sinais clínicos e é uma importante aliada na luta contra a doença.
- Evite horários de maior risco: Reduza os passeios entre o entardecer e o amanhecer, períodos em que os flebótomos estão mais ativos.
- Ambiente limpo: Mantenha o local onde o seu cão vive limpo e livre de matéria orgânica em decomposição, pois isso ajuda a afastar os flebótomos.
- Consultas regulares ao médico veterinário.
Acompanhamento Médico Veterinário é fulcral!
Manter um acompanhamento regular com o médico veterinário é fundamental. O profissional poderá orientar sobre o plano de prevenção mais indicado para o seu animal, atualizar vacinas e garantir que os antiparasitários estão a ser utilizados corretamente.
Cuidar hoje é garantir a saúde do seu animal amanhã.
Com informação, prevenção e acompanhamento veterinário, é possível proteger o seu cão da leishmaniose e proporcionar-lhe uma vida longa e saudável.
Ana Sofia Carvalho | @anasofia_vet
Veterinaria