Que testes diagnósticos existem para detetar a leishmaniose em cães e como escolher o mais adequado para um diagnóstico precoce?
Existem diferentes testes diagnósticos para detectar a leishmaniose canina, que vão desde aqueles capazes de identificar diretamente o parasita Leishmania infantum até técnicas serológicas mais avançadas que avaliam a resposta imunológica do cão à infecção. Este artigo explica os principais testes utilizados no diagnóstico da leishmaniose em cães e o momento mais adequado para os realizar, com o objetivo de promover a deteção precoce e um diagnóstico clínico preciso.
O que é o teste de leishmaniose em cães e para que serve?
O teste de leishmaniose canina é um exame que permite detetar anticorpos contra a Leishmania infantum através de uma pequena amostra de sangue.
Um resultado positivo ou negativo fornece informações valiosas sobre se o cão esteve em contacto com o parasita, ajudando o veterinário a orientar o diagnóstico e decidir se são necessários exames complementares.
Este tipo de teste de diagnóstico da leishmaniose em cães constitui a base do rastreio em zonas onde a doença é endémica.
Quando se deve fazer um teste de leishmaniose canina?
O seu médico veterinário irá recomendar-lhe qual e quando deverá fazer um teste para deteção da leishmaniose. De forma geral, recomenda-se realizar o teste nos seguintes casos:
- Check-ups de rotina em animais que vivem ou permaneceram em áreas onde a doença é endémica, de preferência três meses após o período de maior atividade do inseto transmissor.
- Presença de sintomas compatíveis com leishmaniose em cães, mesmo que sejam leves ou inespecíficos.
- Antes de vacinar contra a leishmaniose canina, como parte do controlo prévio do estado imunológico.
- Após viajar para regiões endémicas, como medida preventiva para descartar uma infeção recente.
Detectar a infeção na fase inicial melhora o prognóstico e facilita o início precoce do tratamento.
Que tipos de testes existem para detetar a leishmaniose em cães?
Os principais testes utilizados atualmente são:
- Testes rápidos ou qualitativos para leishmaniose canina: indicam se o resultado é positivo ou negativo. A sua principal vantagem é a rapidez, pois oferecem uma resposta em poucos minutos com alta sensibilidade e especificidade.
- Serologia quantitativa (ELISA ou IFAT): deteta anticorpos e permite medir a sua concentração. É fundamental para conhecer a fase ou gravidade do processo infecioso.
- Citologia, histologia e imuno-histoquímica: localizam diretamente o parasita em amostras celulares ou teciduais, sendo especialmente úteis em casos com sintomas atípicos ou resultados serológicos duvidosos.
- PCR para detectar leishmaniose em cães: identifica material genético de Leishmania infantum, mesmo em cargas parasitárias muito baixas, e é considerada uma técnica de confirmação de alta precisão.
Teste rápido para leishmaniose em cães é fiável?
Sim. Os testes rápidos para leishmaniose em cães atualmente oferecem resultados muito fiáveis e constituem uma ferramenta clínica eficaz para a deteção inicial.
No entanto, em alguns casos, podem ocorrer resultados negativos em cães infetados, por exemplo, quando ainda não foram gerados anticorpos detetáveis ou quando a infeção é localizada.
Por isso, diante de uma suspeita clínica, o médico veterinário pode recomendar exames adicionais, como serologia quantitativa ou PCR, para confirmar o diagnóstico e determinar o estádio da doença.
Um cão pode ter um resultado negativo e estar infetado com leishmaniose?
Sim, é conhecido como falso negativo no teste de leishmaniose canina.
A fiabilidade de um teste depende da sua sensibilidade e especificidade, parâmetros que indicam a capacidade de detetar corretamente tanto os casos positivos como os negativos.
Embora nenhuma técnica de diagnóstico atinja 100% em ambos os valores, os testes disponíveis atualmente costumam ultrapassar 98%.
Nos casos em que persistirem dúvidas, recomenda-se complementar com métodos confirmatórios, como PCR ou avaliação serológica quantitativa da Leishmania em cães, para garantir um diagnóstico preciso.
O que fazer se o teste de leishmaniose der positivo?
Um resultado positivo no teste de leishmaniose canina indica que o cão esteve em contacto com o parasita, mas não informa sobre o estádio da doença.
Para determinar o estado clínico do animal e estabelecer o tratamento adequado, é necessário realizar análises quantitativas complementares, que avaliam a carga de anticorpos e possíveis alterações sistémicas.
Testes como a serologia quantitativa, a bioquímica sanguínea ou a PCR ajudam a confirmar o diagnóstico, definir a fase da doença e orientar o tratamento mais adequado.
O diagnóstico precoce da leishmaniose em cães requer a combinação de diferentes técnicas adaptadas ao contexto clínico de cada paciente.
Os testes rápidos oferecem um primeiro resultado orientativo, enquanto a serologia quantitativa e a PCR fornecem informações mais detalhadas para confirmar o diagnóstico e monitorizar a evolução do tratamento.
A avaliação veterinária continua a ser essencial para interpretar corretamente os resultados e decidir os próximos passos.
Perguntas frequentes
Qual é o teste mais fiável para detetar a leishmaniose em cães?
A PCR é a mais sensível e específica, uma vez que detecta diretamente o ADN do parasita. No entanto, a escolha depende do caso clínico e da avaliaçãodo médico veterinário.
Com que frequência é recomendável fazer o teste de leishmaniose canina?
Em zonas endémicas, pelo menos uma vez por ano, de preferência após o período de maior atividade do inseto vetor.
Um cão pode recuperar completamente da leishmaniose?
Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, muitos cães alcançam uma boa qualidade de vida e podem manter-se estáveis durante anos.
Por que é importante combinar diferentes testes de diagnóstico para a leishmaniose canina?
Porque nenhum teste é infalível por si só; a combinação de métodos serológicos, moleculares e clínicos oferece um diagnóstico mais preciso e fiável.
Que fatores podem alterar os resultados do teste de Leishmania em cães?
A fase da doença, o estado imunológico do cão ou infeções concomitantes podem influenciar a produção de anticorpos e, portanto, a interpretação dos resultados.
Víctor Algra | unveterinario
Médico Veterinario
- Organización Mundial de la Sanidad Animal (WOAH) https://www.woah.org/es/enfermedio/leishmaniosis
- Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación (MAPA, España) https://www.mapa.gob.es/es/ganaderia/temas/sanidad-animal-higiene-ganadera/leishmaniosis.aspx
- Facultad de Veterinaria – Universidad de Zaragoza https://veterinaria.unizar.es
- Asociación Mundial de Veterinarios de Pequeños Animales (WSAVA) https://wsava.org
- Merck Veterinary Manual (versión en español) https://www.merckvetmanual.com/es-us/enfermedades-generalizadas/leishmaniosis/leishmaniosis-en-perros
- Universidad Autónoma de Barcelona (UAB) – Diagnóstico de leishmaniosis mediante PCR https://ddd.uab.cat/pub/clivetpeqani/11307064v20n1/11307064v20n1p43.pdf
- Sociedad Española de Parasitología (SOCEPA) https://www.socepa.es